A II Conferência Internacional de Educação Comparada da Secção de Educação Comparada da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação tem como objetivo principal questionar e refletir à luz de cenários diversos e comparados a assunção do professor enquanto profissional essencial à prática pedagógica do século XXI, independentemente do lugar que possa ocupar na sala de aula ou no espaço pedagógico em que a aprendizagem aconteça. A debate surgem as questões em torno da cidadania cosmopolita, os novos atores sociais e a reconstrução das práticas pedagógicas e profissionais; as histórias de vida e o ser professor no regime colonial e pós-colonial, bem como as políticas educativas glocais e os estudos curriculares.

Compreende-se que a valorização da profissão Professor é uma atitude social e política incontornável. Organismos internacionais como, por exemplo, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) ou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) têm manifestado como prioridade e estratégia para a valorização dos objetivos de desenvolvimento sustentável o empoderamento dos professores e da sua capacitação por via de uma formação de qualidade. O ano de 2018 fica ainda marcado pelo terceiro inquérito da OCDE sobre ensino e aprendizagem (TALIS, Teaching and Learning International Survey), “refletindo principalmente, sobre os ambientes de aprendizagem nas escolas e as condições de trabalho dos docentes.” 

“Ser professor” em pleno século XXI, num mundo cujas fronteiras estão esbatidas e onde os processos de ensinar e de aprender já não se resumem à cartilha ou à didática magna é um desafio crucial ao desenvolvimento de sociedades sustentáveis. Outro cenário que se desvela deste “novo” professor de uma modernidade líquida (Zygmunt Bauman) são as suas representações sociais, profissionais e pessoais que se articulam na construção de boas práticas pedagógicas. É neste mosaico que urge compreender, na lógica de uma perspetiva comparada, o estado da arte da vida dos professores, as suas histórias e os cenários que se desvelam na assunção de uma profissionalidade docente necessárias à educação e à escola do século XXI.
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